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Série II / Número 152 / Volume 43
Abril 2019
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A Tabela Periódica é, certamente, o instrumento didático mais conhecido na área das ciências. A Tabela Periódica que hoje conhecemos, e que temos sempre à mão, é uma versão atualizada da tabela elaborada em 1869 pelo cientista russo Dmitri Mendeleev (1834–1907) quando preparava o segundo volume do livro “Princípios de Química” para os seus alunos da Universidade de S. Petersburgo. Ao organizar em linhas e colunas os 63 elementos conhecidos nessa altura, de modo a realçar as semelhanças nas suas propriedades químicas, Mendeleev descobriu que elas variavam periodicamente com a massa atómica dos elementos. A publicação de uma tabela dos elementos químicos por Mendeleev não representou nenhuma novidade pois já eram conhecidas outras tabelas com o mesmo propósito. No entanto, a sua tabela distinguia-se das anteriores – além de ter espaços vazios para elementos ainda não descobertos, já incluía as massas atómicas de elementos que ainda não eram conhecidos mas que deveriam existir. As descobertas do gálio (em 1875), do escândio (em 1879), do germânio (em 1886) e do tecnécio (em 1937) vieram confirmar, inequivocamente, que as previsões de Mendeleev estavam corretas. É inquestionável que a Tabela Periódica de Mendeleev potenciou muitas das grandes descobertas da Química e da Física verificadas entre o final do século XIX e meados do século XX. Por isso, Mendeleev é considerado um dos pais da química moderna. Na Tabela Periódica que hoje usamos, os elementos estão organizados pelo número atómico (e não pela massa atómica) e a explicação das suas propriedades baseia-se nas suas configurações eletrónicas. Mas isso só viria a ser descoberto muito mais tarde!