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Série II / Número 10 / Volume
Abril 1982
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DOI: 10.52590/M3.P537
Durante mais de três séculos, a posição filosófica dominante acerca da natureza da ciência foi a que Francis Bacon estabelecem no seu livro Novum Organum. Bacon adoptou uma posição correcta contra a «filosofia natural» dominante na época que sublinhava a importância do estudo dos autores gregos e romanos e da argumentação lógica em detrimento da necessidade da observação cuidada. Bacon defendia que o nosso conhecimento do universo se desenvolveria melhor se observassemos escrupulosamente os fenómenos e objectos evitando recorrer a noções ou posições filosóficas pré-concebidas e limitadas.
Durante a década de 50 e nos primeiros anos da década de 60, realizei estudos em Ciências e em educação enquanto ensinava botânica e biologia na Universidade de Minnesota, Kansas State College e na Universidade de Pardue. Os meus estudos em educação foram frustrantes na medida em que as instruções que encontrei para o ensino se baseavam amplamente em práticas usualmente empregues por «professores experientes» mais do que numa evidência baseada num corpo de pesquisa em conjugação com princípios orientadores e teorias. Procurando uma teoria de referência para orientar os nossos estudos e a instrução, os meus estudantes graduados e eu próprio utilizámos princípios da cibernética (Wiener, 1948, 1954) e focámos os nossos esforços no estudo da resolução de problemas («problem solving»). Em 1963 começamos a notar inconsistências entre os nossos dados e o que tínhamos predicto com base na teoria.

Nos últimos anos têm-se verificado alterações nos programas de Química do ensino secundário numa tentativa, sem dúvida meritória, de se encontrarem curricula que correspondam o melhor possível à importância da Química no mundo actual. Essas modificações, no entanto, têm sido em geral realizadas de uma maneira descoordenada relativamente a outras disciplinas, aos diferentes graus de ensino e fora de um contexto de uma verdadeira política de ensino em Portugal, a qual ainda está por definir. Além disso, tais alterações têm sido orientadas no sentido de introduzir determinados conhecimentos científicos, cuja prioridade parece dicutível, em detrimento de outros aspectos nomeadamente a experiêncialaboratorial.


Neste texto, apresentado sob a forma de painel no 4.° Encontro Anual da Sociedade Portuguesa de Química, em Abril de 1981, chama-se a atenção para alguns aspectos relacionados com o uso do retroprojector nas aulas:- Vantagens do retroprojector relativamente a outros tipos de equipamento de projecção; Como preparar um transparente e adaptar as aulas à utilização do retroprojector; Que material de suporte preferido para os transparentes. Não se pretende lançar ideias novas sobre o assunto mas apenas se procura despertar o interesse dos colegas menos familiarizados com esta técnica de exposição.
TRABALHO NO VIDRO AO FOGO Agradecemos aos Srs. Carlos Nuno e Alberto Ribeiro, sopradores de vidro, os ensinamentos prestados neste domínio. Sem a sua orientação não teria sido possivel desenvolver convenientemente este tema.
Até há muito tempo o ensino estava estruturado de tal forma que, em geral, os professores limitavam a sua acção à descrição de um conjunto de factos e conceitos, mais ou menos relacionados entre si, sem terem em conta, nem os interesses dos alunos, nem a utilidade que o acumular desses conhecimentos, porventura, viria a ter na vida futura desses alunos.
A listagem que se segue, constitui uma proposta apresentada pelos professores que leccionam o 12.° Ano de Química da Escola Secundária de Almada (Ex. Liceu) e resulta de um intenso trabalho desenvolvido em equipa desde Outubro de 1980 e que tem vindo a ser realizado regularmente, em tempo de aulas, todas as quartas-feiras.
A equipa que preparou o «dossier» sobre o tema: conceito de mole dá especial relevo ao debate sobre:O quê, quando e como o conceito de mole deve ser tratado a nível de: iniciação e complementar
Neste dossier, elaborado com vista preparação do seminário a realizar em 11.4.81, no decurso do IV Encontro Anual da Sociedade Portuguesa de Química, focam-se algumas das normas a considerar quanto à organização de laboratórios, segurança e prevenção de acidentes.