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Série II / Número 83 / Volume
Dezembro 2001
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DOI: 10.52590/M3.P607
O Prémio Nobel em Química deste ano consagrou a área da síntese assimétrica catalítica, tendo sido atribuído a três químicos orgânicos, dois pode-americanos e um japonês: metade do prémio foi atribuído a William Knowles (84 anos, reformado da companhia Monsanto, St Louis, Missouri) e a Ryoji Noyori (63 anos, Univ. de Nagoya), pelo seu trabalho sobre reacções de hidrogenação com catálise quiral, e metade a K. Barry Sharpless (60 anos, Scripps Research Institute, La Jolla), pelo seu trabalho sobre reacções de oxidação com catálise quiral.
Grande foi a consternação sentida pelos químicos franceses, a 10 de Outubro, após o anúncio do prémio Nobel. Com efeito, o prémio 2001, atribuído pela descoberta da catálise assimétrica a dois químicos americanos, William Knowles e Barry Sharpless, e ao químico japonês Ryoji Noyori, lesa consideravelmente o célebre químico francês Henri Kagan, professor na universidade de Paris-Sud (Orsay).
HÁ BOAS E MAS NOTÍCIAS NO ENSINO DAS ciências. A boa notícia é que o ensino das Ciências Físico-Químicas vai começar um ano mais cedo, no 7.° ano do básico.
AEUROPA É LÍDER MUNDIAL EM QUÍMICA Básica e muitas das empresas que utilizam aplicações moleculares são europeias. Todavia, na formulação de políticas de investigação as autoridades europeias têm manifestado pouco reconhecimento por estes factos ao não darem a oportunidade merecida à Química nos sucessivos quadros de apoio.
Domingo à tarde chuvoso, num confortável gabinete, acolhidos no meio de centenas de livros bem arrumados numa enorme estante, rodeados de montanhas de papéis escondendo uma mesa e parte do chão. O milagre surge multiplicado, pelas vezes que, tal prestigiador, o Prof. Romão Dias recupera do caos, sem aparente hesitação, aquele documento ou relatório que nos queria mostrar...
Discurso do Sr. Bertheiot, proferido no Banquete da Chambre syndicate des produits chimiques, em 5 de Abril de 1894
Sendo uma criação do séc. XIX, as escolas de investigação vieram a ter um papel decisivo na profissionalização da investigação científica. Este artigo pretende caracterizar as escolas de investigação lideradas por Auguste Cahours (1813-1891), Henri Sante-Claire Deville (1818-1881), Adolphe Wurtz (1817-1884), Louis Pasteur (1822-1895), e Marcelin Berthelot (1827-1907) e analisar de que modo contribuíram para instalar a investigação na vida universitária francesa.
OS VENTOS DE AGGIORNAMENTO CIENTIFICO que começaram a soprar no 1ST, de forma tímida mas consistente, nos finais dos anos sessenta, trouxeram consigo uns tantos "conferencistas estrangeiros", personagens mitificadas pelo nosso isolamento no mundo e pela falta de congéneres autóctones.
A minha vida científica teve início no Instituto Superior Técnico, onde fui integrada no grupo de J. J. R. Fraústo da Silva e associada a um projecto de Fixação de Azoto em condições suaves. Este projecto tinha uma componente maioritária de Química Organometálica, o que levou à colaboração de A. Romão Dias, com quem acabei por ficar a trabalhar.
No DIA 24 DE SETEMBRO DE 2001 Celebrou-se a vida e a obra do Professor Alberto Romão Dias, uma pessoa que marcou profundamente o percurso profissional de cada um dos membros da família de químicos que liderou. É a esta influência que se costuma chamar o "ferro (da ganadaria) ARD". Creio que não é exagerado dizer-se que o peso da prole ARD na química portuguesa só pode ser comparado com o peso do "ferro JC (Jorge C. G. Calado)". Tenho em conta não apenas a actividade científica como também cargos de gestão universitária e associativa.
Por ocasião da passagem do quadragésimo aniversário do início da operação do Reactor Português de Investigação, afigura-se oportuno passar em revista a utilização que tem sido feita desta infra-estrutura de I&D. Para o efeito, procedeu- se à compilação das publicações que consubstanciam os trabalhos em que o reactor foi utilizado como fonte de neutrões ou como objecto de estudo.
A Universidade Nova de Lisboa oferece uma Licenciatura em Conservação e Restauro. Esta Licenciatura surgiu da necessidade de formar quadros especializados na conservação do património cultural e pretende dar uma sólida preparação científica e técnica repartida por duas fases
Para um químico pode ser surpreendentemente fácil julgar que tudo é química, encontrando-se neste "tudo" o conjunto de reacções que faz de nós seres vivos e pensantes, bem como o conjunto de actvidades que desenvolvemos para tornar a vida mais agradável, longa e colorida
A propósito dos 250 anos do nascimento de J. W. Gõethe, escrevi neste mesmo Boletim, já lá vão mais de dois anos, algumas considerações em torno do tema «A Química na Cultura e a Cultura na Química», sem intenção de trazer para a luz da ribalta qualquer das acesas discussões que a separação entre a actividade dos "intelectuais literários" e a actividade dos "cientistas da Natureza" tantas vezes tem suscitado.

QUANDO SE TRATA DE DISCUTIR O ESTADO do ensino no país entramos sempre num terreno escorregadio passível de gerar mal-entendidos, mal-estar, acusações cruzadas, brios feridos, etc.


FUI CONVOCADO PARA UMA REUNIÃO DE responsáveis pela elaboração dos enunciados dos exames do 12.° ano numa dependência do Ministério da Educação, em Lisboa. Foi-me dada para apreciar a chamada "Prova Modelo", isto é, um dos enunciados de exame "sorteado" de entre os que foram preparados para provas, portanto um dos que poderia ter saído, neste caso, para Química.
Os alunos da Escola Secundária Fernão de Magalhães, em Chaves, surpreenderam ao arrebatar o 1. 0 , 3.° e 4.° lugares das "Olimpíadas de Química — 2001", entre 27 finalistas oriundos de todo o país, e colocando assim 3 alunos nos 4 representantes de Portugal nas Olimpíadas Ibero-americanas.