Procuro mostrar neste artigo que arte e ciência são manifestações diferentes de um único processo criador. Procuro em particular mostrar que qualquer resultado significativo da ciência é em si próprio urna obra de arte, exactamente no mesmo sentido em que o é uma sonata, um poema, um quadro ou um bailado.
Como ramo visível das matemáticas a geometria é uma estética que une as ciências com as artes. A ordem pre-determinada do universo que tanto preocupou os clássicos teria a sua origem em relações geométricas.
Será a forma do recipiente que é semelhante? A actividade intelectual é muitas vezes comparada com a purificação que tem lugar quando se dá uma mudança de estado.
O desejo de registo do real visível conduziu à concepção de inúmeros dispositivos destinados à sua reprodução, Figura 1. A câmara obscura era conhecida desde o renascimento e adquiriu grande popularidade na segunda metade do séc. XVIII, porém, a fastidiosa tarefa de desenhar manualmente as figuras projectadas levou muitos espíritos empreendedores a tentar gravá-las por processos fotoquímicos.
Se consultarmos um manual de gravura artística, encontraremos a definição de gravura original, como um trabalho realizado por um artista para ser impresso em múltiplas provas, numeradas e assinadas. Esse trabalho difere das gravuras produzidas pelas máquinas de tecnologia avançada que reproduzem desenhos e pinturas, revistas e jornais e que são elas mesmo conhecidas por gravuras e bem mais populares e divulgadas.
É habitual começar um texto mais ou menos programático e/ou especulativo, intencional mas não abertamente vocacionado para a originalidade, com a expressão da dificuldade de definição dos conceitos que são a .sua área e a sua pretensão.
A produção de Artigos têxteis é milenária. De facto têm sido efectuados achados arqueológicos em diversos pontos da Terra, desde o norte da Escandinávia América do Sul, ao Vale do Nilo e também na Europa, que evidenciam o conhecimento da tecelagem de teia e trama desde há 9000 anos, ou ainda em épocas mais recuadas
Escrever sobre a interacção entre a química e a cerâmica é praticamente falar sobre todo o processo cerâmico, pelo que a abordagem se reveste de alguma dificuldade se o objectivo consiste em sintetizar o que de mais importante uma ciência traz à outra.
As relações entre o Laboratório e o Património tendem a estreitar-se cada vez mais, pois como disse A. Malraux em 1964, «l''analyse scientifique est un petit chemin entre la grande voie de l''histoire et celle de la poésie, mais c''est un chemin de notre temps» (1).
Estas palavras do Prof. Lemaire [1] são suficientemente eloquentes para dispensarem comentários sobre a importância dos agentes destrutivos das pedras dos monumentos, os quais na nossa época constituem uma ameaça crescente.
Se os nossos leitores estão bem lembrados, no número anterior deste boletim (I), o seu Director (o seu dele... boletim), teve a coragem de pôr em causa o seu lugar (o seu dele.. , director), publicando a primeira dose do novo léxico cientifico. A justeza dessa posição pode ser avaliada nas seguintes opiniões entretanto chegadas á redacção do boletim.
O Instituto de José de Figueiredo, instituição oficial que se dedica ao estudo, conservação e recuperação de obras de arte, conta, a partir de 1969, com um Laboratório de Física e Química que começa a funcionar em instalações provisórias no ano seguinte e em instalações próprias a partir de 1972.
Quando pensamos em restaurar azulejos, há duas situações a considerar porque vão definir, depois do restauro, a sua apresentação. Assim, temos os azulejos que já foram retirados da arquitectura a que intimamente pertencem e, os azulejos
que estão integrados.
O Laboratório de Mineralogia e Petrologia do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa e o Laboratório do Instituto de José Figueiredo do Ministério da Cultura vêm realizando, em colaboração, estudos sobre a caracterização dos estados de alteração de alguns monumentos portugueses e, em face dos casos analisados, têm proposto os convenientes
tratamentos a serem executados pela Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais do Ministério do Equipamento Social.
Já no Antigo Egipto a cera era usada tanto na confecção de pequenas figuras religiosas como nas pinturas encaústicas. Durante o séc. XVI, em Itália, a cera começou a ser aplicada na modelagem de miniaturas de retratos policromados, á escala, apresentando um formato idêntico ao dos medalhões.